Localizada a apenas 19 km de Belo Horizonte, Sabará é um município que guarda parte fundamental da história mineira e brasileira. Com população de 129.372 habitantes (Censo IBGE/2022) distribuídos em 302,453 km², a cidade preserva seu charme colonial enquanto se integra à dinâmica da Região Metropolitana de Belo Horizonte.
Seu nome, de origem tupi, significa “grandes olhos brilhantes” (tesáberabusu), referência às pepitas de ouro que atraíram bandeirantes no final do século XVII. Fundada oficialmente em 1711 como Vila Real de Nossa Senhora da Conceição do Sabará, a cidade foi um dos principais polos do ciclo do ouro em Minas Gerais, rivalizando em importância com Ouro Preto e Mariana na época colonial.
O centro histórico de Sabará é um dos mais ricos de Minas, com igrejas barrocas como Nossa Senhora do Ó (1717), conhecida por suas influências chinesas, e Nossa Senhora do Carmo (1763), que abriga obras de Aleijadinho. O Solar do Padre Correa, atual sede da prefeitura, é outro marco arquitetônico do século XVIII, onde se hospedaram dom Pedro I e dom Pedro II. A Casa da Ópera, construída em 1819, é um dos teatros mais antigos do Brasil e se destaca por sua acústica excepcional, mantendo até hoje uma programação cultural ativa. O Museu do Ouro, instalado na antiga Casa de Intendência e Fundição, preserva objetos e documentos que contam a história da mineração na região.
Economicamente, Sabará possui um PIB de R$ 4,2 bilhões (2021), com destaque para o setor industrial, que inclui metalurgia, siderurgia e fábricas de autopeças. O comércio local é fortalecido pelo turismo histórico e por eventos como o Festival da Jabuticaba, que celebra o fruto símbolo da cidade, e o Festival do Ora-pro-nóbis, tradição gastronômica no distrito de Pompéu. A educação conta com instituições como o IFMG Campus Sabará, oferecendo cursos técnicos e superiores, e a Faculdade de Sabará, fundada em 1998.
Com IDH de 0,731 (2010), considerado alto, Sabará equilibra sua vocação histórica com o desenvolvimento moderno. Seu clima tropical de altitude e as serras ao redor proporcionam paisagens belas e um ritmo de vida mais tranquilo em comparação à capital. A religiosidade marcante se expressa em festas como a de Nossa Senhora do Rosário, padroeira dos negros, cuja igreja inacabada simboliza a resistência dos escravos durante o período colonial.
Entre os sabarenses ilustres está o bandeirante Borba Gato, cuja possível sepultura está na Capela de Sant’Ana, no Arraial Velho. A cidade também inspirou o nome da jabuticaba-sabará, variedade menor e mais doce que a comum, amplamente cultivada na região. Com uma população que valoriza suas raízes históricas, Sabará segue como testemunha viva do passado aurífero mineiro, oferecendo aos visitantes um mergulho na cultura barroca e nas tradições que moldaram Minas Gerais.
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