Lagoa Santa, município brasileiro situado no estado de Minas Gerais, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, apresenta uma altitude de 800 metros, abrangendo uma área de 231,9 km² e registrando uma população de 75.145 habitantes no censo de 2022. Localizada a 35 km da capital mineira, a cidade se insere em uma região de relevo cárstico, caracterizada por um significativo patrimônio natural, espeleológico, paleontológico, arqueológico, histórico e cultural.
A região é palco de relevantes descobertas e pesquisas científicas desde o século XIX, impulsionadas pioneiramente pelo naturalista dinamarquês Dr. Lund, que encontrou em Lagoa Santa vestígios esqueletais de humanos e da extinta fauna pleistocênica. Na década de 1970, investigações arqueológicas culminaram na descoberta de “Luzia”, o crânio humano mais antigo encontrado na América, datado de aproximadamente 11.500 anos. Em 2018, novas escavações na Lapa do Santo revelaram 39 esqueletos humanos com idades entre 8 mil e 11 mil anos, evidenciando práticas funerárias complexas. Os estudos desenvolvidos em Lagoa Santa contribuem para diversas áreas do conhecimento, incluindo espeleologia, arqueologia, botânica, ecologia, geografia, geologia e antropologia.
A colonização da região de Lagoa Santa remonta ao final do século XVII, associada à expedição bandeirante de Fernão Dias Paes Leme em busca de riquezas minerais.
O rico patrimônio arqueológico de Lagoa Santa, com ocupações humanas datando de 11.500 anos, continua a ser objeto de intensas pesquisas. As descobertas, como o crânio de Luzia e os sepultamentos da Lapa do Santo, com práticas funerárias complexas, desafiam os modelos tradicionais de povoamento da América e contribuem para a hipótese dos dois componentes biológicos proposta por Walter Neves. As investigações recentes revelam aspectos inéditos sobre as antigas populações da região, incluindo rituais mortuários elaborados e informações sobre seu modo de vida, dieta e saúde.
A Gruta da Lapinha, localizada no Parque Estadual do Sumidouro, é uma importante atração turística, com suas formações calcárias e salões ornamentados. A paleontologia da região é notável pela presença de fósseis da megafauna quaternária, que atraíram Peter Wilhelm Lund e cujos achados influenciaram os estudos de Darwin. O “Homem de Lagoa Santa”, representado por esqueletos como o de Luzia, questiona as teorias sobre a ocupação humana do continente americano devido à sua antiguidade e características morfológicas distintas.
O Aeroporto Internacional Tancredo Neves, construído na década de 1980, está parcialmente localizado em Lagoa Santa e representa um importante polo de desenvolvimento econômico para a região. A cidade também abriga unidades da Força Aérea Brasileira, como o Parque de Material Aeronáutico de Lagoa Santa (PAMA-LS) e o Centro de Instrução e Adaptação da Aeronáutica (CIAAR). A Área de Proteção Ambiental Carste de Lagoa Santa visa a conservação do patrimônio natural e cultural da região, regulamentando o uso dos recursos naturais de forma sustentável.
O turismo em Lagoa Santa explora o rico patrimônio natural, histórico e arqueológico, com destaque para a Lagoa Santa, o Cemitério Dr. Lund, a Gruta da Lapinha e os museus dedicados a Peter Lund e à arqueologia. A cidade integra circuitos turísticos e oferece uma variedade de serviços e gastronomia, com pratos típicos que remetem à culinária tradicional mineira. O distrito da Lapinha complementa a oferta turística com suas belezas naturais e manifestações culturais, como o Congado e a Folia de Reis. O Parque Estadual do Sumidouro preserva importantes formações cársticas e sítios arqueológicos, enriquecendo o potencial turístico e científico de Lagoa Santa.
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