O Centro de Belo Horizonte, localizado na região Centro-Sul da capital mineira, é um bairro de classe média-alta e um dos principais núcleos urbanos da cidade. Sua história remonta ao antigo Arraial de Nossa Senhora do Curral Del Rey, desapropriado em 1893 para dar lugar à nova capital de Minas Gerais. Projetado pelo engenheiro Aarão Reis, o Centro se destacou por seu traçado inovador, com avenidas diagonais que rompiam o padrão em xadrez das grandes cidades da época. O plano urbanístico previa ruas largas e uma estrutura pensada para o futuro, com lotes comerciais leiloados sob a condição de construção em até quatro anos, visando consolidar Belo Horizonte como polo econômico.
No início do século XX, o Centro era o coração da vida social e cultural da cidade. A Rua da Bahia tornou-se ponto de encontro da elite, com cafés, teatros e o tradicional footing, um ritual de paquera em que jovens desfilavam sob olhares discretos. O Parque Municipal, então quatro vezes maior, era palco de retretas, piqueniques e eventos religiosos. No entanto, essa vivência era restrita às classes mais abastadas, enquanto a população pobre e operária enfrentava repressão policial e exclusão espacial.
A década de 1950 marcou a verticalização do bairro, com antigos sobrados dando lugar a arranha-céus modernos.
Hoje, o Centro abriga importantes atrações que mesclam história e cultura. O Parque Municipal, inaugurado em 1897, segue como espaço de lazer, enquanto a Feira Hippie da Avenida Afonso Pena atrai milhares de visitantes aos domingos. O Palácio das Artes, a Prefeitura em estilo Art Déco e o Mercado Central são ícones da vida cotidiana. A Praça da Estação, marco zero da cidade, e o Museu de Artes e Ofícios, instalado na antiga estação ferroviária, resgatam a memória da construção da capital. Com sua arquitetura eclética e papel central na identidade de Belo Horizonte, o bairro continua a se reinventar, equilibrando passado e presente.
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